Liga Portugal apresentou primeiro workshop de relvados

Evento teve lugar no Estádio do Bessa Séc. XXI, contou com vários oradores especialistas, e permitiu concluir que há espaço de crescimento na Liga portuguesa

Promovido pela Liga Portugal, teve hoje lugar, no Auditório do Estádio do Bessa Séc. XXI, o primeiro workshop de relvados, onde estiveram presentes representantes da LaLiga, assim como de quatro empresas especialistas em relvados, manutenção e tecnologia.

O discurso de abertura da sessão ficou a cargo de Helena Pires, Diretora Executiva da Liga Portugal, que aproveitou a ocasião para demonstrar a importância daquela que é uma “ferramenta fundamental para os artistas do futebol profissional português demonstrarem todo o seu Futebol com Talento”.

“Para a Liga Portugal e para esta Direção é por demais importante a aposta na formação e este workshop vem de encontro com aquilo em que temos vindo a trabalhar com os demais diretores que intervém no dia de jogo, no terreno de jogo”, afirmou Helena Pires.

A responsável prosseguiu, revelando que se tratou de um workshop “muito direcionado para o palco, onde tudo se disputa”, daí a importância de contar com “empresas que nos dessem outras realidades”, de forma a “percebermos o que ainda temos para crescer”, permitindo, ainda, que as “Sociedades Desportivas convivam com outras realidades”.

“O objetivo efetivamente é valorizar a competição, valorizar os seus ativos e esta era a melhor maneira que nós tínhamos para promover o nosso futebol e a indústria do futebol, dentro daquele espaço em que ele se disputa, que é o relvado”, concluiu a Diretora Executiva de Liga Portugal.

Iniciada a sessão, chegou a vez dos oradores convidados “entrarem em campo”. Lorenzo Tavaini, da Tarkett Sport, foi o primeiro palestrante, explicando que um relvado híbrido se trata de um relvado natural reforçado, com algumas fibras artificiais, tornando-se “mais estável, mais seguro para os jogadores e que pode ser utilizado até três vezes mais”.

“Trata-se de um investimento para um clube, no qual se pode poupar dinheiro a longo prazo, ao precaver lesões e contando com o mesmo relvado por mais de 10 anos”, afirmou Lorenzo.

Outra das apresentações abordou os benefícios que a iluminação tem na qualidade de um relvado. Este ponto ficou a cargo de Xavi Tordera, da empresa de iluminação artificial SGL, observando que “os relvados necessitam de luz solar e que, cada vez mais, os estádios são mais fechados, diminuindo a iluminação”.

Com a necessidade de manter, nos meses mais críticos, janeiro e fevereiro, a mesma qualidade que no resto da temporada, “as lâmpadas imitam a luz do sol”, rematou Xavi.

Já o representante da LaLiga - Pedro Bolaños, revelou que “do ponto de vista da Liga Espanhola, a qualidade de um terreno de jogo se mede” em três pontos. Por um lado, “na segurança para um jogador, a fim de se evitarem lesões”. Por outro, “na jogabilidade, para que o jogo seja o mais vistoso e o espetáculo o melhor possível”. “E por último, o aspeto estético, para que seja algo atrativo para o espetador e uniformemente verde”.

Pedro Bolaños referiu ainda que, após a criação de um regulamento que incide em vários aspetos da competição, entre eles a qualidade dos relvados, “os terrenos de jogo melhoraram”.

O passo seguinte passou pela aparecimento da figura de coordenador da qualidade dos terrenos de jogo, com a finalidade de “haver um contacto direto com os clubes e conhecer, realmente, quais são os seus problemas, as suas necessidades e no que se pode ajudar”, devido à grande exigência de LaLiga quanto ao seu produto.

Para a segunda parte do workshop, ficaram reservadas as contribuições de Miguel Bastos, da empresa de relvados RED e também de Frederico Machado, da Sportrelva, concluindo-se o evento com um debate em “mesa redonda”.

À Liga Portugal, Miguel Bastos revelou que “os relvados em Portugal tem evoluído bastante, nos últimos anos”. “A sensibilização das sociedades desportivas para a necessidade da qualidade dos relvados para o jogo tem aumentado, a Liga tem contribuído bastante com os regulamentos e os manuais que tem emitido e penso que estamos no bom caminho”.

O representante da Sportrelva, Frederico Machado, não tem dúvidas em afirmar que os relvados e a qualidade “são importantes” e que, juntamente com “a imagem e com a performance desportiva, são um conjunto de fatores que valorizam o clube e os jogadores”, aumentando a “competitividade do futebol e criar valor para as Sociedades Desportivas”.

Chegou, então, a altura da “mesa redonda”, moderada por Helena Pires, que contou com a presença de Pedro Bolaños, Miguel Bastos e Frederico Machado. Os temas em discussão passaram pela realidade dos relvados em Portugal, assim como as práticas e os cuidados a ter que atualmente existem nos estádios nacionais.

Foram, também, abordados alguns dos problemas existentes, como a falta de infraestruturas ou de manutenção das existentes. Os desafios e possíveis novas condutas, como o aumento do investimento, foram também debatidos, a fim de se continuar a melhorar a qualidade dos terrenos de jogo de todas as Sociedades Desportivas que participam nas competições da Liga Portugal.