A época 2012-13 marcou um ponto de viragem no Futebol Profissional. A Liga Portugal SABSEG registou um alargamento para um modelo de 24 equipas, que permitiu, assim, a inclusão das equipas B de FC Porto, Marítimo M., SC Braga, SL Benfica, Sporting CP e Vitória SC.

Neste momento, a verdade é que apenas as formações secundárias de FC Porto e SL Benfica se mantêm neste escalão – um fator que atesta bem a competitividade desta competição -, mas a verdade é que o número de equipas B aumentou no panorama do Futebol português. Isto porque Belenenses SAD B, Marítimo M. B, Rio Ave FC B, SC Braga B, Sporting CP B e Vitória SC B competem no Campeonato de Portugal, em busca de uma das vagas de promoção à Liga Portugal SABSEG.

Este crescimento do número de equipas B pode ser visto de uma forma natural, uma vez que, no ciclo 2012-20, este modelo se revelou um verdadeiro sucesso, tendo em conta que está inegavelmente de braços dados com a afirmação de novos talentos na Liga NOS e, consequentemente, com algumas das maiores transferências do Futebol mundial. Para além disso, o papel deste Plano B está também intimamente ligado às conquistas mais importantes da história da Seleção Nacional e, também, com o aumento da visibilidade da própria Liga Portugal SABSEG.

Um “viveiro” de talentos para a Liga NOS

Desde que as equipas B começaram a competir na Liga Portugal SABSEG (2012-13), já foram utilizados um total de 853 jogadores diferentes, nessas mesmas equipas. A experiência adquirida por esses futebolistas, com a esmagadora maioria a dar os primeiros passos no Futebol Profissional, tem-se revelado absolutamente fundamental para alimentar a Liga NOS. Tudo isto porque 489 (cerca de 57%) dos jogadores conseguiram dar esse “salto”, sendo que, inclusivamente, 24% dos jogadores utilizados na Liga NOS (desde 2012-13) foram provenientes de equipas B. Um claro indicador da importância que este projeto tem para o crescimento dos jogadores e para a própria Liga NOS.

Lado B na história da Seleção Nacional

E se as equipas B têm sido um verdadeiro “viveiro” de talentos para a Liga NOS, não é menos verdade que também a Seleção Nacional tem beneficiado (e muito) deste modelo. No total, 25 jogadores que representaram uma equipa B na Liga Portugal SABSEG, durante a sua fase de formação, contam já com pelo menos uma internacionalização na Seleção Nacional. Entre estes 25 jogadores, contam-se um total (bastante significativo) de 348 internacionalizações. Para além disso, importa ainda referir que dos 33 jogadores convocados pelo selecionador Fernando Santos, em 2020, 61% apareceram na ribalta através das equipas B. Por fim, é também relevante salientar que no Euro 2016 o lote de convocados foi composto por 48% de jogadores formados em equipas B, e na Fase Final da Liga das Nações (2019) por um total de 52%, o que demonstra a importância deste Lado B para as duas conquistas alcançadas pela equipa das “quinas”.

Forte pegada nas Ligas Big 5 e competições europeias

Outro dos principais méritos deste projeto passa pelo elevado número de jogadores que acabaram por alcançar uma da Ligas Big 5 (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália) ou que conseguiram disputar competições europeias. No total, 84 jogadores formados nas equipas B já disputaram pelo menos um jogo numa das principais ligas europeias, sendo que, relativamente a jogadores que já participaram em competições europeias este número é ainda maior (136).

Uma fonte de receitas sem precedentes

Os clubes portugueses são reconhecidos, além-fronteiras, como clubes formadores de talento e que acabam por exportar uma grande quantidade de ativos para o exterior. E a verdade é que esse é um passo fundamental para que as nossas equipas se consigam manter competitivas num contexto europeu, uma vez que as receitas de transferências são fundamentais no modelo de negócio e financiamento. Nesse sentido, podemos verificar que a receita proveniente da venda direta de jogadores, que passaram pela equipa B de cada clube, é bastante elevada, ascendendo a praticamente 1,115 milhões de euros. A quinta maior transferência, a nível mundial, resulta inclusivamente de um jogador formado numa equipa B, como foi o caso de João Félix (2019-20), quando trocou o SL Benfica pelo Atlético Madrid a troco de 126 milhões de euros.

Número de jogos televisionados da Liga Portugal SABSEG não para de aumentar

E com todos estes benefícios que este modelo trouxe para o Futebol Profissional, é importante não esquecer o contributo que as equipas B desempenharam para o aumento da visibilidade da própria Liga Portugal SABSEG. Em 2012-13, apenas 24% dos jogos contaram com transmissão televisiva, sendo que 68% envolveram uma das equipas B em prova, pelo que, logo aqui, há uma importante influência no aumento da visibilidade. A verdade é que com tantos talentos a emergirem, esta competição foi-se tornando cada vez mais atrativa, e, naturalmente, o número de jogos televisionados veio a aumentar época após época. Nesse sentido, nesta temporada, a Liga Portugal SABSEG regista uma percentagem record de jogos televisionados (75%). Esta competição, no seu todo, é cada vez mais apelativa para televisões e adeptos, e sem dúvida que as equipas B tiveram um importante papel na promoção da prova.

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