A época 2012-13 assinalou uma aposta clara da Liga Portugal na formação de jovens jogadores, através da introdução das equipas B de FC Porto, SL Benfica, SC Braga, Sporting CP, Marítimo M. e Vitória SC – os cinco primeiros classificados da edição anterior da Liga NOS -, na LigaPro.
Para já, apenas as formações secundárias de “dragões” e “águias” se mantêm neste escalão, numa prova clara da competitividade imensa que caracteriza esta competição. Não obstante, o balanço destas oito épocas do “lado B” é extremamente positivo, estando inevitavelmente de “braços dados” com o melhor momento da história da Seleção Nacional, e de algumas das maiores transferências do futebol mundial.
Um verdadeiro “trampolim” para a Liga NOS
Ao longo destas oito épocas de inclusão dos “bês” na LigaPro, foram muitos os jogadores que beneficiaram desta oportunidade para demonstrarem o seu talento, de forma a projetarem-se até ao escalão maior do Futebol português.
No total, 435 jogadores estrearam-se na principal divisão do Futebol português, depois de terem alinhado em equipas B. Deste extenso lote, destaque para 100 jovens que alcançaram o "sonho" da Liga NOS, através da equipa A do emblema onde deram os primeiros passos na LigaPro.
O sucesso de Portugal alavancado pelo lado “B”
Um trampolim que contribuiu muito para o facto de a Seleção Nacional atravessar o melhor momento, ao nível de títulos conquistados, da sua história. Ao sucesso no Campeonato da Europa de 2016, em França, a seleção lusa juntou, no último mês de junho, a conquista da Liga das Nações 2019, o que significa que a equipa das “quinas” é detentora das duas provas principais de seleções organizadas pela UEFA. A esses dois triunfos, Portugal juntou ainda a vitória no Campeonato da Europa de Sub-19 (2018).
Um êxito ao qual a aposta nas equipas B não é alheia, uma vez que mais de metade dos jogadores vencedores do Campeonato da Europa de 2016, Liga das Nações 2019 e Campeonato da Europa de Sub-19 (2018) têm um percurso iniciado nas equipas B. Nomes como João Cancelo, Rúben Neves, João Mário ou Bernardo Silva são alguns dos “obreiros” destes triunfos ímpares na história do Futebol português, e que despontaram em equipas B.
Quinta transferência mais cara do Futebol Mundial pertence à geração B
João Félix é um bom exemplo da projeção dada pelo modelo das equipas B, e do seu contributo para os recentes êxitos de Portugal. Uma aposta de sucesso, que trouxe consigo um aumento muito significativo nos valores de transferências praticados pelos clubes portugueses, uma vez que, contabilizando todos os atletas com histórico em equipas B desde 2012-13, foram feitas vendas num valor superior a mais de 1000 milhões de euros.
Números muito claros, relativamente ao êxito que este modelo desempenhou no crescimento dos jovens jogadores portugueses, e que encontra em João Félix o seu expoente máximo.
O jovem natural de Viseu, que alinhou ao serviço da equipa secundária do SL Benfica, durante as épocas 2016-17 e 2017-18, tornou-se, no verão passado, a quinta transferência mais cara do futebol mundial e a mais cara de Portugal, ao ser transacionado por uma verba de 126 milhões de euros, para o Club Atlético de Madrid (Espanha).
Uma janela de oportunidades e de visibilidade
Outro dos muitos pontos positivos desta aposta foi a oportunidade dada aos jovens de demonstrarem o seu potencial num contexto de grande competitividade e profissionalismo.
Assim sendo, não é de estranhar que um número aproximado de 750 jogadores tenha tido oportunidade de jogo em equipas B, sendo que estas vieram trazer, também, algumas alterações ao modelo de transmissões televisivas da competição.
Isto porque, desde 2012-13, o número de jogos com transmissão televisiva aumentou. 73% do total dos encontros transmitidos neste período envolveram equipas B, permitindo a todos os adeptos do Futebol português acompanhar bem de perto o crescimento e o despontar dos muitos talentos que Portugal tem nas suas fileiras.
UEFA Youth League viajou pela primeira vez para Portugal
Aos êxitos internacionais alcançados pela Seleção Nacional junta-se, ainda o sucesso alcançado pelo FC Porto, que se tornou na primeira equipa portuguesa a conquistar a UEFA Youth League.
Um feito que teve lugar em Nyon, no passado dia 29 de abril, frente aos ingleses do Chelsea FC (3-1), onde um total de oito jogadores, dos 20 utilizados pelos “azuis e brancos” nesta prova, contam com um percurso de crescimento e ascensão ao serviço da equipa secundária do FC Porto. Fábio Vieira, Diogo Queirós e Afonso Sousa, marcadores dos golos da equipa portista no jogo decisivo, são os casos mais “flagrantes” do contributo dado pela maior experiência adquirida por estes atletas num contexto 100% profissional.