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Rui Pereira Caeiro
Rui Pereira Caeiro
Diretor Executivo

Respeitar a indústria

Opinião in O JOGO | 22/10/2023

Cada Cimeira de Presidentes representa um marco para o Futebol Profissional, e a 11.ª, realizada na passada quarta-feira, em Coimbra, não foi exceção. Para já, trata-se de uma vitória de um conceito de sucesso, e de uma vitória das Sociedades Desportivas que sempre se associaram a um evento que cedo se transformou num dos fóruns mais importantes do Futebol Profissional.

Em cada Cimeira são discutidas matérias estruturantes para o setor. Em Coimbra, além de um ponto de situação da nova Estrutura Externa de Arbitragem, da qual a Liga Portugal faz parte do Grupo de Trabalho, foi realizado um balanço do processo de preparação da Centralização dos Direitos Audiovisuais, tendo ficado patente a adequação do valor sinalizado pela EY, e ao qual o mercado tem respondido de forma positiva, no âmbito de consultas em curso.

Em relação à discussão de custos de contexto, a presença de Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, veio enfatizar a relevância da discussão deste tópico que condiciona toda a atividade do Futebol Profissional.

A CIP representa, através da sua rede associativa, mais de 150 mil empresas, que empregam 1,8 milhões de trabalhadores. A Liga Portugal, desde 2019, associou-se à CIP e, pelo Presidente Pedro Proença, integra o Conselho Geral desde 2020. A Liga Portugal sempre encontrou nesta confederação o reconhecimento e o respeito pelo Futebol Profissional enquanto indústria da área do entretenimento e a presença de Armindo Monteiro representou uma mais-valia para a discussão.

A intervenção do presidente da CIP aportou valor à Cimeira, com este a apontar as principais dificuldades com que se debate a nossa indústria. Desde logo a elevada carga fiscal, com uma taxa de IRS que dificulta a contratação e retenção de Talento, e com essas dificuldades a aumentarem, com a vontade do Governo em reformular o programa Regressar, e que irá colocar entraves ao regresso de Jogadores e Treinadores a Portugal.

Em 2021-22, enquanto indústria, o Futebol Profissional representou 0,3 por cento do PIB, contribuiu com mais de 600 milhões de euros para o PIB e pagou mais de 214 milhões de euros em impostos. Números que mostram a importância de uma indústria, que continua a não ter o respeito e o reconhecimento que justifica.